terça-feira, 2 de março de 2010

Naquela manhã, o dia nasceu devagar, diferente dos outros, em que ela acordava com o sol no seu rosto. Levantou antes mesmo que o despertador tocasse, já começava a sair da rotina, normalmente se atrasava. Seus cabelos estavam especialmente bonitos naquele dia. Olhou-se no espelho e, surpreendentemente, viu-se bonita também. Sentiu-se feliz. Saiu de casa com o coração cheio de esperança, imaginava que aquele dia seria muito bom.

No seu trabalho, todos a olharam diferente. Sentiu-se mais e mais feliz. A cada momento daquele dia, que ia passando rápido, mais grata ela estava por está sendo, finalmente, reconhecida. Seu café estava menos amargo, o sol brilhava numa intensidade que ofuscava seus olhos. O céu num lindo azul, visto de dentro da repartição. Fazia seu trabalho com toda boa vontade. Tudo tinha mais cor, mais graça. Seu coração se enchia de alegria. Aquela moça fria, fechada em seu mundo, escondida, tímida, reprimida, agora estava esbanjando charme e distribuindo sorrisos. Algo estava acontecendo, e todos queriam saber o quê.

Ao terminar o espediente, alguém estava lá embaixo, esperando por ela, ansiosamente. Era um rapaz. Alto, magro, bem vestido, de olhos encantadores. Tinha mãos bonitas, que logo seguraram as suas. Ele estava apaixonado. A reciprocidade existia ali, a verdade era explícita. No dia anterior, haviam sido pegos de surpresa. Suas almas reconheceram-se de imediato.

Logo todos entenderam. Ali estava o motivo de toda transformação. Era o amor, e havia lhe devolvido a vida.

(Escrito a ti por: Flora Lis)