quinta-feira, 4 de março de 2010

Buscou inspiração de onde não havia mais. Tentava escrever o que não podia explicar. Mil palavras procurou, mais mil pensamentos teve. Tudo foi em vão. Todas as tentativas foram fracassadas. Não podia mais dizer o que já não sabia se era real. A vida havia lhe surpreendido, mudou completamente seu destino. Destino que imaginava ter. E o problema era esse: imaginava. Quantas coisas imaginava... Idealizava, sonhava, achava. Achava... Não sabia de nada.

Era uma tarde cinzenta. O tempo feio, fechado. O céu nublado, escondendo o lindo azul que ela tanto gostava. Suas orelhas frias ouviram claramente a última palavra:
- Acabou.
Em questão de segundos, seu coração que até pouco tempo estava aquecido pelo mais puro amor, congelou. Respirou fundo, não havia ar. O frio daquele dia penetrou em seu corpo, deu voltas em seu estômago. Sentiu calafrios. As borboletas em sua barriga, pousaram bruscamente. Percebeu que suas pernas perdiam a sustentação, fechou os olhos e caiu devagar no chão que já não existia.

[Continua]

Escrito a ti por: Flora Lis